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A eletroestimulação muscular transcutânea é uma alternativa para prevenir a fraqueza muscular adquirida em UTI Pediátrica? Uma revisão de escopo

Pesquisadores: Paulo Magalhães, Bárbara Bernardo Figueirêdo, Alanna Vasconcelos, Érika Marinho de Andrade, Armèle Dornelas de Andrade, Cyda Reinaux 

Introdução: A estimulação elétrica muscular transcutânea (TEMS) tem sido progressivamente utilizada como terapia complementar para reduzir a atrofia muscular em adultos incapazes de realizar a mobilização ativa na unidade de terapia intensiva (UTI). Não há estudos abordando TEMS na UTI pediátrica. Portanto, decidimos desenvolver uma scoping review, um tipo de síntese do conhecimento, que diferentemente da revisão sistemática, identifica lacunas na literatura para auxiliar no planejamento e comissionamento de pesquisas futuras.

Objetivo: Fornecer perspectivas atuais sobre a aplicação do TEMS no combate à fraqueza adquirida na unidade de terapia intensiva pediátrica (PICUAW).

Métodos: Bancos de dados online foram usados ​​para identificar artigos publicados 2006-2016, dos quais selecionamos aqueles que utilizaram o desempenho musculoesquelético e cardiorrespiratório como variável de desfecho primário ou secundário em participantes menores de 18 anos.

Resultados: As publicações relataram seis ensaios clínicos de 218 pacientes ambulatoriais com 9,5 ± 8 anos. Houve diferenças na modulação da corrente e na duração das sessões de TEMS, com predominância de alta intensidade e curta duração em que uma contração muscular é desencadeada. O principal uso de TEMS foi em distúrbios neurológicos pediátricos. TEMS foi mais eficaz quando comparado com SHAM na espasticidade, densidade mineral óssea, incapacidade e marcha. Um estudo sobre lesão na coluna mostrou melhora no VO2 (P = 0,035) quando combinado ciclismo com TEMS.

Conclusão: TEMS foi um tratamento eficaz e seguro para deficiências musculoesqueléticas e desempenho cardiorrespiratório em crianças com distúrbios neurológicos. Embora a fisiopatologia seja diferente em pacientes ambulatoriais, um protocolo individualizado com TEMS pode ser promissor na prevenção da PICUAW. Sua eficácia, no entanto, merece uma investigação mais aprofundada.

DOI: 10.1002/ppul.24293

LINK DE ACESSO: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31134767/