- terça, 03 de outubro de 2023
Buscando ampliar as possibilidades de reabilitação neuromuscular, a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, um dos maiores complexos hospitalares do Brasil , passou a contar com uma nova tecnologia no tratamento de pacientes internados em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Desenvolvido por pesquisadores brasileiros, o equipamento será utilizado pela equipe do serviço de Fisioterapia da instituição com o objetivo de reduzir a perda de força e massa muscular, bem como melhorar a funcionalidade dos pacientes.
Com a chegada do equipamento, a Santa Casa se tornou a primeira instituição hospitalar do Rio Grande do Sul a contar com a tecnologia. Como explica o fisioterapeuta e coordenador do serviço, Rodrigo Plentz, trata-se de um sistema inovador que permite a ativação e monitorização neuromuscular por meio de estímulos elétricos artificiais, ampliando as possibilidades de diagnóstico de polineuromiopatias, lesões nervosas, além de estabelecer os melhores parâmetros de estimulação neuromuscular dos pacientes durante as terapias.
“O grande diferencial desse equipamento é a possibilidade de melhorar a estimulação e o tratamento dos pacientes de forma mais precoce, trabalhando o conceito de mobilização e reabilitação dos pacientes desde a entrada na UTI até a alta, que é o que nós desejamos”, destaca. Na Santa Casa, será utilizado inicialmente em pesquisas clínicas na UTI do Hospital Pavilhão Pereira Filho para reabilitação de pacientes críticos e posteriormente ampliado para o atendimento assistencial de toda a instituição.
Equipe de fisioterapeutas da Santa Casa passou por treinamento para dar início ao uso do suporte neuromuscular em UTIs da instituição.
O objetivo também é reduzir o tempo de internação e dar mais qualidade de vida após a alta hospitalar do paciente. De acordo com um dos idealizadores da tecnologia ReCARE, Henrique Martins, esse tipo de terapia mantém todo o sistema neuromuscular do paciente intacto, enquanto o mesmo está sedado, por exemplo, em uma unidade de terapia intensiva. “O dispositivo mede as condições musculares e entrega doses precisas, sem causar lesão”, explica o consultor científico e professor da UFMG.
“Para garantir a eficiência do tratamento e a segurança dos pacientes, é preciso entregar altas densidades de corrente elétrica, porém rigorosamente controladas e simetricamente distribuídas nos músculos. Isso permite uma estimulação mais uniforme, segura e eficaz” explica Paulo Eugênio Silva, coordenador do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Clínica e Inovação Tecnológica (CNPq), também um dos idealizadores da tecnologia ReCARE.
Certificação Anvisa
O sistema ReCARE é o único equipamento de eletroestimulação com certificação na Anvisa para uso em UTI. Por meio de estímulos elétricos controlados e automatizados, é possível garantir a eficiência do tratamento e a segurança dos pacientes. “O ReCARE entrega altas densidades de corrente elétrica, porém rigorosamente controladas e simetricamente distribuídas nos músculos. Isso permite uma estimulação mais uniforme e eficaz”, explica Henrique Martins.